A sucessão nas propriedades rurais produtoras de leite será tema de Workshop durante o Interleite Sul 2014, que será realizado no Centro de Eventos Gran Palazzo, em Passo Fundo (RS) nos dias 23 e 24 de setembro. A atividade ocorre no dia seguinte às palestras, dia 25 de setembro, e será ministrada por Francisco Villa, formado em Economia e Gestão e que atua como consultor internacional de governos e empresas na organização de programas de desenvolvimento.
Para Villa, a perspectiva da sucessão rural depende do estágio de segmento do negócio, no qual divide em três. O primeiro com produtores de vanguarda e alta produtividade, onde considera a sucessão mais fácil, pois o negócio suporta mais sócios e nessas empresas os pais estão alinhados com a modernidade tecnológica e gerencial. No segundo encontram-se os produtores semi-tecnificados de porte médio e pequeno, onde parte dos filhos não se interessam para a atividade que requer muito trabalho, oferece riscos de custos na aplicação não bem sucedida de tecnologias e muitas vezes não gera caixa suficiente para pais e filhos ativos. O terceiro é a pecuária leiteira de subsistência, quando os filhos migram para outras atividades ou para a cidade. "A pecuária leiteira oferece perspectivas interessantes em cima de um patrimônio físico de menor porte. O rendimento por hectare á muito maior do que na pecuária de corte e muitas vezes ultrapassa o de lavouras. O risco é limitado e o fluxo de caixa oferecem uma alternativa profissional atrativa", avalia.
Entre as dificuldades observadas pelo consultor estão a dificuldade dos pais em envolver os filhos na idade de adolescência e de passar o bastão e o comando para os filhos na idade quando eles decidem a vida, a reclamação dos pais em o que abordar as vantagens da atividade, além da suposta atratividade urbana, mesmo com renda liquida menor do que no campo, com horas no transporte e com perigo de ser desempregado. "Quanto mais pessoas do campo migram para a cidade maior a pressão sobre o salário salarial urbano. Existe a falsa ideia de ganhar mais com menos trabalho", analisa.
Entre as soluções que podem ser adotadas para conter o êxodo dos jovens, de acordo com Villa, está informar pais e filhos sobre o novo contexto do setor nas próximas décadas, avaliar os efeitos positivos da urbanização do campo, como internet para ensinamento e entretenimento em qualquer casa do interior, mais e melhores estradas e a evolução de cidades médias com melhores postos de saúde e escolas e facilidades de lazer. "Tembém é preciso apontar que um filho de produtor ou um profissional sem tradição rural podem ganhar mais, ter mais autonomia e experimentar maior potencial para desenvolver o talento empreendedor. Existe demanda para elementos e com o êxodo do campo os que permanecem terão melhores condições", reforça.
O diretor executivo da AgriPoint, Marcelo Pereira de Carvalho, afirma que o objetivo é mostrar as vantagens de propriedades com tecnologias na renda do produtor como uma condição básica para que haja sucessão familiar. "Tenho visto produtores de leite que mudaram a história da sucessão em suas propriedades ao aumentar significativamente a produção e a renda por área, atraindo filhos que já haviam buscado outros caminhos.Como pensar a sucessão e como passar o bastão é algo que todo empresário, de qualquer porte, em algum momento terá de enfrentar, sendo melhor preparar o processo do que ser pego de surpresa, criando dificuldades para a família e até colocando em risco o negócio", afirma.
As inscrições para o Interleite Sul 2014 estão abertas no site www.interleite.com.br/sul. Até o dia 25 de agosto as inscrições estão com o valor de R$ 300. Após esta data o preço é de R$ 350. O encontro, organizado por AgriPoint e Milkpoint, tem a co-realização do Sistema Farsul/Senar, Sebrae/RS, e Sindilat.