Os custos de produção da cultura do arroz no Rio Grande do Sul foram apresentados nesta quinta-feira, dia 5 de fevereiro, durante a 25ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que ocorre no Parque de Exposições do Sindicato Rural de Tapes (RS). Em uma das palestras mais esperadas do evento, o consultor da Agrotendências, Tiago Barata, revelou os dados de estudo encomendado pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz). Um dos indicativos, segundo Barata, foi o de mostrar a realidade de cada região produtora e dos sistemas de produção. O consultor procurou trabalhar com um custo diferente para cada localidade com o objetivo foi o de avaliar as características específicas. Foram escolhidos os municípios de Uruguaiana, Alegrete, Restinga Seca, Dom Pedrito, Camaquã, Mostardas e Santa Vitória do Palmar. "Quando se lança um custo de produção, os produtores dizem que está errado. Cada um tem a sua realidade", explica. O consultor analisou os custos totais por hectare e os custos por saca. Santa Vitória do Palmar ficou com o maior valor tanto por hectare, fechando em R$ 6.227,80, quanto por saca, com R$ 39,92, enquanto Camaquã teve o menor valor por hectare R$ 5.413,23. Já no custo por saca Dom Pedrito teve o menor custo, com R$ 34,61 (veja tabela). A metodologia utilizada baseou-se na definição dos sistemas de produção mais representativos, no levantamento de coeficientes técnicos, práticas de manejo e preços de mercado por meio de painel com especialistas e profissionais que atuam na cadeia produtiva. Um dos itens de maior peso nos custos de produção é o arrendamento de terras, que representa cerca de 21%, seguido dos fertilizantes com 11% e a mão de obra - item que o consultor afirma que deve crescer nos próximos períodos, com 10%. Sobre a questão da energia elétrica, Barata trouxe o exemplo de uma lavoura de Itaqui, que tinha um custo mensal de R$ 11.301,03 em 2014 e agora tem um custo de R$ 17,385,86 em 2015. Variação de 53,83% de um ano para o outro. "O produtor precisa melhorar a eficiencia produtiva e aumentar a produtividade", avalia. No final, o consultor deixou um recado aos produtores que busquem dar mais ênfase na questão de lutar por melhores custos de produção para as lavouras. "Temos os melhores preços em comparação com o mercado mundial, o que nos é favorável. O nosso problema é o custo de produção. Esta é a nossa preocupação e precisamos desviar o foco para este tema", conclui. Com o tema "Cesta Básica Garantida com Renda no Campo Comprometida", a 25ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz vai até o próximo sábado, dia 7 de fevereiro. O evento é organizado pela Federarroz com a parceria da Associação de Arrozeiros de Tapes. O estudo pode ser visto no site da Federarroz http://federarroz.com.br/pdf/TiagoBarata-CustosProducaoArrozRS.pdf Foto: Flávio Burin/Federarroz/Divulgação Custos de produção por município Município Custo Total (RS/ha) Custo total por saco colhido (R$/sc) Santa Vitória do Palmar 6.227,80 39,92 Uruguaiana 6.225,75 37,15 Restinga Seca 5.746,31 39,90 Dom Pedrito 5.536,93 34,61 Alegrete 5.534,57 36,90 Mostardas 5.478,56 39,13 Camaquã 5.413,23 37,59 Fonte: Agrotendências Consultoria/Federarroz