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AgroEffective/Carlos Cogo Consultoria

Sul do Brasil precisa aumentar produtividade para ter autonomia no milho


O cenário para a produção e mercado do milho foi o tema da palestra principal da sétima edição do Fórum Nacional do Milho, ocorrido na tarde desta segunda-feira, dia 9 de março, no primeiro dia da Expodireto Cotrijal em Não-Me-Toque (RS). O consultor de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, foi o responsável pela apresentação.

Conforme o especialista, os preços do grão apresentaram queda nos últimos tempos. No entanto, os valores pagos pelo produto ainda estão dentro de uma faixa positiva aos agricultores. Em março, a tendência é que fique em torno de R$ 24,00 a saca de 60 quilos "Temos uma perspectiva de preços remuneradores ao produtor e manutenção de estabilidade", avalia.

Hoje o Brasil é o segundo maior exportador mundial de milho, com 19% do mercado, ficando apenas atrás dos Estados Unidos. São embarcados a cada safra cerca de 20 milhões de toneladas do grão, representando 4% das exportações agropecuárias do país. Cogo salienta que os produtores brasileiros, especialmente do Paraná para cima, estão evoluindo na segunda safra e que hoje ela já ocupa 30% da área de soja do verão com milho durante o inverno. "Hoje se planta uma segunda safra com nove milhões de hectares utilizados. O potencial que temos para colocar o milho no meio do ano é fabuloso. Isso dá para nos abastecer e ainda exportar o produto", observa.

Mas um dos grandes problemas ainda é a infraestrutura e logística. Dados apresentados pelo consultor apontam que o déficit de armazenagem no país é de 57,7 milhões de toneladas considerando a produção total de grãos. No milho, a complicação fica por conta da distribuição para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que são dos maiores produtores de aves e suínos do Brasil e dependem do grão para a alimentação animal. A saída, de acordo com Cogo, é aumentar a produtividade das lavouras. "Milho não falta. O que falta é condições de logística para carregar de um lugar para o outro. E se estamos encolhendo a área, precisamos produzir 10 mil toneladas por hectare', reforça.

Apesar do dólar acima de R$ 3,00 estar positivo para exportações, o analista alerta para a possibilidade de alta de custos para o próximo período, mesmo com os preços de alguns insumos vinculados ao valor do petróleo, que está em queda, e deve amenizar parte, mas não todos os custos de produção. "É excelente para exportar mas vai pesar negativamente para a composição de custos para a próxima safra", ressalta.

Também se apresentaram no painel o vice-Presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Enori Barbieri, e o coordenador geral da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sávio Rafael Pereira. O Fórum Nacional do Milho foi realizado pela Klein & Associados com promoção da Cortijal e Apoio Institucional da FecoAgro/RS e Apromilho/RS.

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