Uma das iniciativas da Semana Arrozeira é a de levar a proposta do desenvolvimento para comunidades rurais do Alegrete e de outros municípios da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Durante a semana que passou, cinco localidades foram visitadas. Os participantes tiveram a oportunidade de assistir palestras, realizadas em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Rio Grande do Sul (Senar/RS) sobre saúde no campo.
A maioria destes pólos educacionais são distantes dos grandes centros. Para chegar até a escola da comunidade, é preciso passar por estradas de terra. Ao longo do caminho, crianças e adolescentes esperam o ônibus escolar, que as vezes leva até duas horas até chegar ao ponto. E em dia de chuva este tempo pode aumentar, pois piora as condições das vias.
De acordo com o coordenador do evento e diretor consultivo da Associação dos Arrozeiros de Alegrete, Gilberto Pilecco, esta é a realidade destas comunidades. Por isso uma das propostas da Semana Arrozeira vem de encontro com a iniciativa de desenvolvimento local. "Não tem outra maneira de, no município de Alegrete, do tamanho que é com as suas comunidades rurais, se não formos até estes locais levar alguma coisa. Não tem sentido fazer mais um evento para discutir desenvolvimento sem realizar a ação", salienta.
Além disso, o sentido desta programação rural é o de despertar as lideranças locais para serem portadores desta transformação para o desenvolvimento das regiões. Conforme Pilecco, alguns resultados da primeira Semana Arrozeira para esta edição já podem ser sentidos. "Há oito anos tínhamos jovens com 12 anos participando e, hoje com 20 anos, já são nossos colaboradores. É com esse pessoal que vamos fazer nossa história e desenvolver estas regiões", ressalta.
Uma das comunidades contempladas neste ano com a programação rural foi a de Conceição, localizada a 49 quilômetros de Alegrete. O polo educacional Murillo Nunes Oliveira conta com 280 alunos não só daquela comunidade como de outras do entorno. Segundo o diretor, Gleidson Amaro Pereira, a evolução da localidade é constante e muito se deve à persistência da própria população. "As dificuldades ainda existem. Mas temos que trabalhar as dificuldades não como um empecilho, mas como um incentivo. Precisamos fazer disso um motor para conquistar mais estruturas", observa.
Pereira destaca também o apoio dado pela Semana Arrozeira como impulsionadora do desenvolvimento da comunidade. "A economia do Alegrete é pautada em cima da produção de arroz. Embora a comunidade seja participativa, este é um momento que se agrega a união de forças dos produtores no nosso trabalho", acrescenta.
Além da localidade de Conceição, também foram visitadas nesta oitava edição as comunidades de Mariano Pinto, Rincão de São Miguel, Durasnal, no Alegrete, além do município de Quaraí.