Prática comum entre criadores que querem investir em resultados na raça Crioula, as parcerias na aquisições de animais aumentaram no últimos anos. Em leilões realizados em 2015, diversos foram os condomínios formados em torno de exemplares com grande futuro nas provas funcionais e morfológicas. Os condomínios são quando um grupo de investidores compram um animal com grande potencial e dividem custos e lucros dos resultados obtidos nas competições.
Segundo o diretor da Trajano Silva Remates, Gonçalo Silva, o crescimento dos condomínios se deve à diversificação de negócios por parte de pessoas que estão, inclusive, ligadas de forma indireta aos cavalos. "São amigos de amigos que perguntam sobre como é criar o animal e qual a necessidade de mão de obra qualificada. Isso criou um nicho que está abrangendo estas pessoas que não são do campo e que muitas vezes não têm terra, tem um pequeno sítio e compram estas fatias dos cavalos como forma de investimento", explica.
Silva salienta que a procura é maior também porque existem animais jovens que estão se sobressaindo nas pistas. Garante que agora é o melhor momento para este tipo de investimento, pois são cavalos e éguas que ainda podem chegar a um auge e dar a capacidade de duplicar ou triplicar um investimento em poucos meses. "Esses rendimentos hoje estão acima de qualquer benefício que os bancos estão oferecendo, assim como ofertas em imobiliárias. Essa parte do cavalo crioulo vem sendo muito procurada e tem tido uma resposta muito significativa", salienta.
Para escolher uma parceria em condomínios, o diretor da Trajano Silva Remates recomenda que é preciso elaborar um projeto com estatísticas, fatos e o porquê deste animal ser tão valorizado ou vir a ser valorizado. "Cada vez o cavalo Crioulo está se tornando muito mais um negócio do que um hobby. E negócios temos que tratar com contratos, papéis, perspectivas e fatos concretos", ressalta. Acrescenta ainda que é preciso realizar este tipo de parceria com a orientação de empresas com tradição, respaldo político e seriedade perante o mercado, e também com produtos que realmente vão trazer retorno e tenham uma certa longevidade.
De acordo com Silva, além do bom rendimento, os negócios trazem tranquilidade, principalmente porque a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) está acompanhando estes movimentos de mercado através de novas políticas como congelamento de sêmen, seguro e uma série de outros quesitos como a utilização do sêmen depois do falecimento de um exemplar.
Foto: Cao Ferreira/Divulgação