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FecoAgro/RS

Ministério da Agricultura vai debater com cooperativas mercados para o trigo


O Ministério da Agricultura deve enviar técnicos e pesquisadores ao Rio Grande do Sul para viabilizar e apresentar um estudo de mercado, tanto interno quanto externo, para sustentar ao agricultor quais os melhores caminhos para o trigo não destinado para a panificação. A reivindicação foi feita pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) durante reunião realizada na tarde desta quinta-feira, em Brasília (DF), com o o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar.

O diretor executivo da FecoAgro/RS, Sérgio Feltraco, que representou a entidade na reunião, levou o resultado das discussões realizadas na Assembleia Geral da federação, realizada dia 28 de janeiro, e no encontro com os gerentes técnicos e comerciais das cooperativas no dia 4 de fevereiro. "Em contrapartida nós levaríamos os principais agentes de cooperativas na área comercial e também a presença das tradings que estão importando estes produtos", observa.

O dirigente lembra que a liquidez das últimas safras se deu pela presença do fator de negociação para a exportação do cereal. Feltraco availa que os custos de produção do trigo não serão alcançados pelo valor do preço mínimo, que no último período foi de R$ 34,98 a saca de 60 quilos para a variedade tipo pão, mesmo que este seja reajustado em 10%, cuja a proposta foi apresentada na reunião. "Com isso, o viés que se observa nos últimos anos com a ferramenta da exportação nos acende o questionamento de que precisamos entrar firmes nestes mercados para sermos um player atuante e não eventual", ressalta.

A direção da FecoAgro/RS vem defendendo que é preciso garantir competitividade para o cereal e isso passa por rever o pacote tecnológico de produção que neste momento está montado para atender a demanda do abastecimento interno, fundamentalmente para a panificação. "Os levantamentos que fizemos indicam que estamos disputando um mercado para 20 milhões de toneladas para este tipo de produto no mundo. Queremos sustentar esta discussão, e para isso precisamos de mecanismos como financiamentos adequados e acesso à tecnologia e pesquisa para atender este tipo de demanda", reforça Feltraco.

O diretor da FecoAgro/RS adverte que para a implantação deste modelo não é necessário que os produtores e cooperativas que já trabalham com a integração da panificação necessariamente precisam mudar de estratégia e que cada região deve avaliar qual a principal aptidão na cultura. "A ideia é enfrentar com menor risco as adversidades climáticas formatando um modelo de produção que caiba na possibilidade de fazer uma exportação de forma permanente. Isso não significa que é preciso abrir mão da produção do trigo para a panificação, na qual já existem cooperativas inseridas no processo de moagem e que tem programas e estímulo à este tipo de produto. O que precisamos entender é que é importante ter os dois tipos de modelos para ofertar tanto para a moagem quanto para a exportação", afirma.

O objetivo da FecoAgro/RS também é alinhar estratégias com os paranaenses, lembrando sempre que a precificação do produto é diferente devido à logística e à carga tributária mesmo se o produto for de qualidade similar. Conforme Feltraco, em 2015 de 1,5 milhão de toneladas exportadas do cereal, 1,35 milhão passaram pelo Porto de Rio Grande nos terminais da CCGL. O último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento informou que a produção foi de 1,46 milhão de toneladas, 3,4% menos que o ano de 2014, que teve uma colheita de 1,51 milhão de toneladas de trigo. Nos dois últimos anos, os produtores sofreram com problemas climáticos que trouxeram quebra de safra para a cultura.

Sobre o seguro rural, André Nassar anunciou que nos próximos dias a ministra Kátia Abreu deve apresentar o volume de recursos destinados à subvenção e também o percentual destinado para as apólices individuais. O diretor da FecoAgro/RS lembra que muitos agricultores que tiveram frustração de safra não terão como alcançar o Proagro neste ano e que o seguro será fundamental para as culturas de inverno.

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