Com foco em temas como custos da lavoura de arroz, infraestrutura e meio ambiente, a nona edição da Semana Arrozeira, promovida pela Associação dos Arrozeiros de Alegrete, será realizada de 29 de maio a 4 de junho em Alegrete (RS). Com uma extensa programação que será realizada ao longo de todo o dia, no campo e na cidade, o tradicional evento do setor tem como desafio levantar os principais problemas enfrentados pelo setor e apresentar algumas soluções para as comunidades envolvidas com a produção orizícola da região.
Entre os assuntos que estarão em debate na programação urbana, que será realizada à noite no CTG Farroupilha, estão os custos de produção na lavoura de arroz, racionalização do uso da água de irrigação, pagamento por serviços ambientais, problemas com o fornecimento e a qualidade da energia elétrica, precariedade das estradas rurais e os planos estaduais de conservação do solo e da água, de energia e de recuperação de estradas.
De acordo com a presidente da Associação, Fátima Marchezan, a Semana Arrozeira procura provocar as pessoas, produtores e comunidade em geral, a pensarem sobre as limitações que cerceiam o desenvolvimento do município e da região, tanto para dentro quanto para fora da porteira. "Por isso, nessa edição, abordaremos os custos de produção que estão achatando a rentabilidade do produtor e contribuindo para impactar negativamente a economia dos municípios que têm seu PIB altamente dependente da atividade primária", exemplifica.
O sucesso do evento se dá pelo encaminhamento das pautas propostas durante a Semana Arrozeira. Fátima lembra que no ano passado várias outorgas ambientais que estavam travadas foram liberadas com a vinda da equipe da Secretaria de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul. A presidente também destacou a importante parceria firmada com a Unipampa para apoio técnico-científico aos produtores na parte de energia elétrica. “A partir do tema estradas, a entidade também conseguiu mobilizar um grupo de produtores para o acompanhamento das atividades de manutenção das estradas rurais junto a prefeitura”, ressalta.
A programação rural é um dos pontos altos do evento. Neste ano, o evento se deslocará para quatro Polos educacionais de Alegrete e para o município de Quaraí e contará com palestras sobre os temas primeiros socorros com a equipe do Senar/RS, conservação de nascentes a cargo do Comitê do Ibicuí, Senar/RS e Emater, cuidados com a água e destinação adequada de embalagens de agroquímicos e óleos lubrificantes com o inpEV. "Este ano está prevista a adoção de uma nascente em cada polo Educacional e a capacitação técnica de aguadores em duas etapas, sendo que a parte prática será com foco na eficiência do uso da água", ressalta a dirigente.
Fátima reforça que a atual diretoria tem como princípio a gestão compartilhada e participativa não apenas com a sua executiva, mas também com as comissões especiais e os demais associados. Com isso, procura-se atender aos anseios dos produtores, escutando e decidindo juntos os rumos da entidade e suas ações em prol do setor orizícola. "Um exemplo da parceria e sintonia desse grande grupo é que a nona Semana Arrozeira foi planejada e está sendo organizada e conduzida por todos os membros da diretoria, que se dividiram em grupos para tocar os vários processos e atividades envolvidos nesse grande evento", informa.
O município de Alegrete tem 60% do Produto Interno Bruto (PIB) gerado pela produção de arroz. Os envolvidos no projeto possuem uma grande preocupação de manter viva a atividade arrozeira, debatendo o crescimento sustentável do setor, da economia, das tecnologias, como pesquisas científicas empregadas para que se tenha produtividade e qualidade do grão, onde a região da Fronteira Oeste é responsável por mais de 30% da produção gaúcha de arroz e 20% da produção nacional.
Foto: Flávio Burin/Divulgação