A utilização de novas tecnologias nas lavouras de arroz como o uso de pivôs e de politubos na irrigação contribuem na economia da água e ajudam a reduzir custos de produção. O tema foi destaque nesta terça-feira, dia 30, na segunda noite de palestras da Nona Semana Arrozeira que debate os altos custos enfrentados pelo setor.
O produtor e engenheiro agrícola Geovano Parcianello, da Agropecuária Parcianello, de Alegrete (RS), apresentou os resultados da aplicação em sua lavoura desses novos métodos e as vantagens em relação ao sistema convencional de irrigação. Chamando de reengenharia da lavoura, Parcianello destacou a importância em conhecer como influenciam os principais gargalos da lavoura, como mão de obra, energia, uso eficiente da água, custos e tecnologia. Segundo Parcianello, numa área de 94 hectares, o investimento para a colocação de politubos chega a cerca de R$ 19.789 mil, ou seja, R$ 219 por hectare. “O valor ainda é alto, mas se essa tecnologia for aproveitada em duas ou três safras, esse custo reduz para R$ 109 por hectare, correspondente até 1,6% do custo de produção”, explica.
Parcianello também destacou o uso de pivôs centrais para a irrigação, experiência já testada por produtores de Uruguaiana e São Borja. Ele utilizou o sistema nesta safra em 25 hectares e obteve uma economia de 43% no uso de água em relação ao arroz irrigado convencionalmente. “É importante ressaltar que embora a produtividade tenha ficado 20% menor na comparação com as outras áreas da propriedade, houve redução de custos na hora da colheita, além da qualidade superior do produto”, salientou Parcianello.
Na segunda noite de palestras da Semana Arrozeira, o presidente da Emater/RS, Clair Kunh, e o assistente técnico regional Luis Bohn, apresentaram uma nova alternativa para a captação de energia elétrica, a energia solar Fotovoltaica. Conforme Kunh, a empresa vem buscando novas tecnologias que diminuam os custos das propriedades. “A energia é um dos principais gargalos para o campo. Falta capacidade energética, a luz é muito fraca para fazer irrigação. E a Emater está apresentando como alternativa a Fotovoltaica, uma energia limpa e sustentável”, destacou.
O técnico da Emater explicou que a energia fotovoltaica transforma a energia solar em elétrica por meio de painéis. Estes equipamentos podem produzir energia por até 50 anos e possuem garantia de produção de pelo menos 25 anos. A energia elétrica produzida pode ser armazenada em baterias ou injetadas diretamente na rede convencional.
Bonh citou como exemplo um produtor de arroz do município de Mostardas (RS) que utilizou painéis fotovoltaicos para sua lavoura de 32 hectares e já no primeiro mês conseguiu uma redução na conta de energia elétrica. “O investimento fica em torno de R$ 59 mil e o retorno para o produtor se dá entre sete e dez anos”, lembrou Bonh.
A Semana Arrozeira é realizada pela Associação dos Arrozeiros de Alegrete com co-participação da Unipampa e tem o patrocínio do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Sicredi, Fertilizantes Heringer, Super Tratores, CAAL, Kepler Weber e Caixa Econômica Federal. Mais informações sobre o evento estão no site www.semanaarrozeira.com.br.
Foto:Flávio Burin/Divulgação