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Conexão Delta G

Projeto busca minimizar perdas com incidência do carrapato bovino


Considerado um dos principais problemas na criação de bovinos de corte no país, o carrapato afeta diretamente a produção e traz reflexos ao mercado. Conforme a estimativa de entidades é que, em receita, este número possa chegar a US$ 3,4 bilhões anuais em perdas, o que compromete a economia do setor. No Sul, um projeto de entidades e empresas vem buscando desenvolver animais com resistência ao carrapato para conter este problema. Criado em 2009, um convênio de pesquisa firmado pela Conexão Delta G com a Embrapa Pecuária Sul, de Bagé (RS), e a Gensys Consultores Associados, com apoio da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB), vem desenvolvendo um projeto de seleção genômica para resistência ao carrapato, o qual combina dados de contagens de carrapato e de genealogia com informações de DNA, de modo a identificar e selecionar aqueles animais mais resistentes. Por meio da análise genômica, que é o cruzamento da contagem de carrapatos no animal com as informações genéticas, já foram avaliados e genotipados mais de 4 mil animais de membros da Conexão Delta G no Rio Grande do Sul. Com isso, são identificados animais mais resistentes aos carrapatos e estes exemplares são selecionados de forma a reprodução de bovinos com as mesmas características. De acordo com o presidente da Conexão Delta G, Eduardo Eichenberg, este projeto, inédito no mundo, é uma excelente ferramenta de longo prazo para o controle do carrapato. “Levando-se em conta a carência de novos produtos para o controle do carrapato e a enorme quantidade de perdas geradas pelo mesmo, a utilização de reprodutores resistentes é uma excelente e necessária estratégia, pois permitirá ao produtor a criação, a longo prazo, de animais cada vez menos susceptíveis ao carrapato”, salienta.

Segundo o estudo publicado pela Embrapa, com o avanço do projeto nos próximos anos espera-se desenvolver também kits de diagnósticos comerciais baseados em marcadores moleculares para a resistência ao carrapato, bem como outras características relacionadas à produção, à reprodução e à qualidade de produto, que facilitem a aplicação prática da seleção genômica nas raças Hereford e Braford. "Essas ferramentas, uma vez incorporadas aos programas de seleção nacionais e internacionais, servirão para desenvolver linhagens de Hereford e Braford mais resistentes ao carrapato, as quais serão capazes de produzir carne de qualidade com menor uso de produtos químicos em regiões desse parasito", cita o estudo. O carrapato bovino, de nome científico Rhipicephalus (Boophilus) microplus, é um parasita que se alimenta do sangue dos animais e, quando infectado, transmite hematozoários, que infectam os animais. Sua ação direta causa danos nos bovinos como anemia, coceiras, perda de peso e produção dos animais, desvalorização do couro e miíases, ou indireta, sendo agente vetor de doenças como a tristeza parasitária bovina, principal responsável pelas mortes no rebanho nacional.

Foto: Conexão Delta G/Divulgação

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