O mercado brasileiro pecuário está bastante pressionado no momento, sentindo os efeitos negativos da Operação Carne Fraca e da recente suspensão da importação pelos Estados Unidos. Aliado a esses componentes está um real pouco valorizado perante o dólar, que não tem contribuído para um incremento das exportações de carne. Também os escândalos envolvendo o maior grupo frigorífico do Brasil derrubaram as cotações no restante do país, uma vez que muitos produtores que forneciam animais gordos para essa empresa deslocaram seus animais para outras, aumentando a oferta nas suas plantas e pressionando as cotações. No Rio Grande do Sul não é diferente. Segundo o presidente da Conexão Delta G, Eduardo Eichenberg, apesar de a oferta de animais para abate ainda não ser grande, o preço do boi gordo recuou devido à uma maior oferta de carne e carcaças mais baratas vindas de outros Estados afetados pela situação mencionada acima. "Além de tudo isso, ainda não saímos da severa crise econômica que atinge o país e afeta direta e negativamente o consumo interno de carne, do qual a pecuária brasileira é bastante dependente, já que mais de três quartos da carne produzida fica dentro do país”, explica. Esse cenário negativo do boi gordo também atingiu as demais categorias do ciclo pecuário, afetando os preços dos terneiros no outono, do boi magro e de fêmeas de reposição. No entanto, ainda que com preços menores, Eichenberg destaca que foi observada bastante liquidez nessas categorias, mostrando interesse na produção. Já com a genética, o cenário foi bem mais animador. “Leilões realizados no primeiro semestre tiveram uma demanda em alta, tanto de touros como de, principalmente, fêmeas, com preços muito similares aos de 2016, tanto na raça Hereford, como, especialmente, nos animais da raça Braford. E os primeiros leilões realizados no segundo semestre de 2017 têm seguido essa tendência”, salienta. Eichenberg afirma que os animais melhoradores são cada vez mais uma grande demanda na pecuária. Lembra que hoje em dia touro tem que ter DEP (Diferença Esperada na Progênie). “Um touro melhorador, com avaliação genética positiva, vai gerar o retorno esperado no rebanho do produtor, compensando o investimento realizado. Ele permitirá, de acordo com as características do animal, a produção de animais cada vez mais precoces, com melhor ganho de peso e maior produção de carne dentro de uma carcaça adequada, resultando em maior lucro para o criador”, sinaliza. Os vendedores de touros que investiram na avaliação e seleção genética de seus rebanhos são hoje os que têm a melhor comercialização de seus reprodutores. “A utilização de sérios e consistentes programas de melhoramento genético, como o da Conexão Delta G, ofertando ao mercado, ano após ano, animais realmente melhoradores, torna esses produtores menos sensíveis às oscilações do mercado, pois sempre existirá demanda por seus animais e por sua genética, mesmo em períodos de crise”, garante Eichenberg. Conforme o dirigente, para o criador, consumidor de genética, apesar de o momento ser de cautela, de análise cuidadosa de investimentos, a busca por animais melhoradores torna-se mais importante, justamente para permitir que se extraia o máximo do investimento realizado nos touros. Na sua opinião, este é o momento de não cair na tentação do touro barato, sem dados nem informação. “Não podemos esquecer que a genética utilizada hoje permanecerá por anos dentro da propriedade, através das terneiras que, futuramente, se tornarão fêmeas de reposição”, salienta Eichenberg. O presidente da Conexão Delta G reforça que para se manter no mercado é muito importante os resultados obtidos dentro da fazenda. Comenta que o investimento em genética melhoradora, apesar de não ser a solução, é um braço importante na busca por melhores resultados. Segundo Eichenberg, aliada aos demais investimentos realizados na fazenda, como pastagens, mineralização, suplementação, sanidade, pessoal, estrutura, entre outros, a genética melhoradora permitirá que o pecuarista colha melhor o resultado desses demais investimentos, resultando em um maior lucro. “Nunca podemos esquecer que um animal ruim ocupa o mesmo espaço que um animal bom, logo, o resultado sempre será melhor quando tivermos animais mais produtivos dentro da fazenda, e isso se consegue utilizando bons reprodutores nos rebanhos”, garante.
Conexão Delta G