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Federarroz

Custos e Mercosul pautam debate sobre Plano Safra


Promovido pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), o debate sobre o Plano Safra 2018/2019 trouxe as demandas das entidades gaúchas do setor para o próximo Plano Agrícola e Pecuário, realizado pelo Governo Federal, e que deve ser anunciado nos próximos meses. O evento contou com a presença do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz Araújo.

Abrindo os trabalhos, o vice-presidente da Federarroz, Alexandre Velho, reforçou mais uma vez os problemas enfrentados com a cadeia produtiva do arroz. Foi solicitada a agilização por parte do governo em relação à liberação do mecanismo de Aquisições do Governo Federal (AGF). Lembrou que na semana passada se encaminhou com o Banco do Brasil uma solução emergencial para o endividamento dos produtores de arroz, que deve ser fechada nos próximos dias. "É uma solução emergencial, mas consideramos paliativa porque não resolve o endividamento no curto prazo", destacou.

Outro ponto questionado pelo dirigente da Federarroz foi a disparidade do custo de produção e dos preços mínimos do arroz, que hoje estão em R$ 36,01 a saca de 50 quilos. A ideia é pedir uma revisão dos valores. "É uma conjunção de fatores que precisamos trabalhar com o Ministério da Agricultura com os custos de produção e os preços mínimos. Existe uma defasagem no preço mínimo do arroz entre 10% e 15% e a Companhia Nacional de Abastecimento já tem os nossos argumentos", revelou.

O vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB/RS), que conduziu os trabalhos do debate, apontou como prioridades para o Plano Safra a resolução do problema das assimetrias do Mercosul, que vem afetando setores como arroz e leite. Inclusive já anunciou que tratará do assunto em breve em reunião na Casa Civil com os ministros que tratam do assunto do bloco econômico.

Além disso, Moreira atacou especialmente o alto custo de produção das culturas agrícolas que está inviabilizando muitas lavouras pelo país. Afirmou que é impossível fazer planejamento sem renda. "No caso do arroz, os custos de produção chegaram a uma grande desconformidade que o produtor joga a semente no chão e sabe que vai colher prejuízo. É preciso retirar os sócios ocultos, que são os tributos, dessa planilha de crédito. Somos o único setor que não consegue fazer compensação de crédito", advertiu.

Araújo reiterou durante o debate que, mesmo com as dificuldades econômicas e financeiras que o país vem enfrentando, o Governo Federal vai contar com recursos e um pacote de ferramentas para financiamento da safra. Sobre os custos de produção, concordou que é necessário esmiuçar as planilhas projetadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de forma que a política agrícola reconheça onde estão os gargalos.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura disse que está ciente sobre as medidas estruturais que são necessárias para cadeias produtivas como arroz e leite. No caso da orizicultura, Araújo anunciou que uma portaria liberando o AGF já está com o Ministério da Fazenda e deve ser divulgada ainda esta semana. "Para nós o que chegou como medida mais forte é a situação do arroz, esta portaria será liberada em breve e acredito que tudo estará operacionalizado para a próxima semana", informou.

Participaram também do debate entidades como o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Associações de Arrozeiros de Alegrete e Uruguaiana, Federação das Cooperativas de Arroz (Fearroz), Sindicato das Indústrias de Arroz do Rio Grande do Sul (Sindarroz), Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (Arco), Federação das Cooperativas de Lã do Brasil (Fecolã), Conab, Embrapa, além de parlamentares e representantes de produtores.

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