A noite de quinta-feira, 31 de maio, na 11ª Semana Arrozeira de Alegrete, promovida pela Associação dos Arrozeiros de Alegrete, destacou sua programação para debater a sustentabilidade das lavouras de arroz. O consultor do Fundo Latino Americano de Arroz Irrigado (Flar) no Brasil, Luciano Carmona, foi o responsável pela palestra “Projeto 10 Mais: uma nova etapa para o aumento da sustentabilidade da lavoura arrozeira”, no qual explicou os cenários do arroz e os benefícios dos projetos desenvolvidos pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) para a lavoura arrozeira.
No início, o especialista explicou que o Rio Grande do Sul, pelo seu trabalho de pesquisa, é referência nas Américas. Materiais como a variedade Irga 424 são referência de potencial produtivo pelos integrantes do Flar, além disso, o Irga 417 ainda é considerado o padrão de qualidade até hoje no continente. “O Rio Grande do Sul tem as variedades com o maior potencial produtivo das Américas e com a melhor qualidade”, observou.
Carmona avaliou que a região de Alegrete, por exemplo, tem potencial para atingir até 15 mil hectares, pois conjuga diversas particularidades como água, genética, agronomia, insumos, máquinas e serviços, além da assistência técnica e extensão rural, que são mantidas pelo Irga. “Também temos os melhores agricultores da América, no Rio Grande do Sul”, complementou.
O consultor do Flar mostrou a evolução da produtividade no Rio Grande do Sul, que passou de 3 mil quilos por hectare nos anos de 1960 para 4 mil quilos a partir do final dos anos de 1970, quando ocorreu a revolução verde. Depois de anos de estagnação, no início dos anos 2000 programas realizados pelo Irga trouxeram novos conhecimentos e manejos ao produtor. “Com manejo conseguimos aumentar duas toneladas por hectare. Foi a revolução agronômica, de conhecimento, o produtor precisava fazer algumas coisas diferentes para aumentar o seu rendimento”, afirmou.
Com o tempo, conforme Carmona, o produtor teve aumento de tecnologias e produtividade, chegando a 8 mil quilos por hectare, mas a alta dos custos acompanhou este avanço na mesma velocidade. O consultor destacou que a atual gestão do Irga colocou o 424 como ponta de referência, pois havia perda de 50 quilos por hectare por ano, acompanhado por alta nos custos de produção. “Hoje é uma catástrofe para o produtor colher menos de 7 mil quilos por hectare”, avaliou.
Carmona também apresentou os preceitos do Projeto 10 Mais, como stand de folhas recomendadas, manejo nitrogenado, momento de irrigação, entre outros pontos sugeridos para os produtores. Em 24 áreas com o Projeto 10, os produtores foram precisos com todas as normas e chegaram a cerca de 11 mil quilos por hectare. “Para colher alta produtividade não se pode errar”, pontuou.
Também foram entregues o certificado de Selo Ambiental, promovido pelo Irga e que premia propriedades que promovem a sustentabilidade nas lavouras, a sete produtores de arroz da região. A 11ª edição da Semana Arrozeira continua nesta sexta-feira, 1º de junho, com a noite de homenagens e entrega do Troféu O Taipeiro, além do lançamento da 12ª edição do evento e entrega das indenizações do programa de auxílio mútuo, o Paga Pedra, promovido pela Associação dos Arrozeiros de Alegrete.
Foto: Flávio Burin/Divulgação