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FecoAgro/RS

FecoAgro/RS projeta alta em faturamento e manutenção em resultados


As cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul podem ter um crescimento médio de 25% no ano no faturamento. A avaliação é da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS). Entretanto, o resultado, que consiste em receitas menos despesas, na avaliação da entidade, deve ficar no nível de 2017.

Conforme o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, o ano de 2018 foi bom. Houve no início um represamento da comercialização da safra de soja, pois os produtores não estavam satisfeitos com as cotações. “As cooperativas tiveram um bom volume de produto que não realizaram. Este produto acabou sendo realizado ao longo do ano, foi um efeito que não aconteceu só no Rio Grande do Sul”, destaca, acrescentando que a participação das cooperativas no recebimento chegou a 50% da safra gaúcha da oleaginosa.

Sobre o milho, Pires também avalia que a safra foi positiva, apesar de um problema histórico de produção no Rio Grande do Sul, onde as cooperativas sofrem um pouco com esta falta de oferta. “As cooperativas estão incentivando a cultura do milho, mas a relação de preço da soja e do milho é que define a área. Apesar da área de milho não ser expressiva, a produtividade foi boa”, observa.

O presidente da FecoAgro/RS salientou que a cultura do trigo praticamente repetiu a área, mas, mesmo com alguma frustração teve uma safra 50% maior do que a de 2017, e deve chegar a 1,8 milhão de toneladas produzidas. “O trigo apresentou algumas diferenças de qualidade. Algumas regiões com maior produtividade e qualidade e outras com menor qualidade mesmo com produtividade”.

Ainda sobre 2018, Pires lembra que a greve dos caminhoneiros impactou de forma muito forte o setor agropecuário como um todo, “sendo que durante a paralisação a qual apoiamos no início, e no seu desdobramento com a famosa tabela de fretes”.

Um ponto positivo para as exportações, especialmente de soja, segundo o presidente da FecoAgro/RS, foi a guerra comercial entre China e Estados Unidos, que negociou embarques para o país asiático e que pode ter desdobramentos diversos em 2019. No Brasil, fatores como a Copa do Mundo e as eleições, especialmente presidencial, tiveram impactos na atividade econômica. “O setor agro tinha um engajamento forte com o candidato vencedor, então existe uma expectativa de mudança, pelo menos o cenário inicialmente se apresenta promissor”, destaca. Para Pires, a perspectiva é que 2019 seja um ano de ajustes, especialmente por uma direção nova do que vinha se praticando no Brasil nos últimos 20 anos. O dirigente acredita que a tendência é que seja um governo mais liberal na questão econômica. Já na questão agropecuária o presidente da FecoAgro/RS avalia que os produtores terão preços menores em todas as culturas. “As cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul, principalmente as ligadas a grãos, não terão o mesmo desempenho que 2018, poderemos ter até faturamento menor. Mas a perspectiva maior é de um cenário mais promissor para os empreendedores e o setor produtivo”, salienta.

Entretanto, o embate, na análise de Pires, será em relação aos preços dos custos de produção. O dólar chegando a R$ 4,20 em um momento de formação das lavouras, de acordo com o dirigente, dificultou a renda do produtor e se a cotação continuar alta, pode complicar a vida de produtores. “Com os custos de fertilizantes, agroquímicos e combustíveis, com os preços projetados para 2019, não há viabilidade econômica nas culturas tradicionais. Tomara que o clima ajude, há sete anos não enfrentamos uma estiagem forte, a não ser na Metade Sul, esperamos ter uma boa safra com condições de resultados para os produtores e as cooperativas do Rio Grande do Sul”, conclui.

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