A Associação Sulina de Criadores de Búfalos (Ascribu) promoveu na noite desta quinta-feira, 29 de agosto, o leilão “Pérolas Negras” com os animais expostos na Expointer 2019, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS). Ao todo, foram comercializados seis exemplares, com preço médio de R$ 9,45 mil. O maior preço ficou em R$ 12 mil, valor de um búfalo vendido para um proprietário da cidade de São Gabriel (RS).
O evento teve casa cheia e abriu com show do grupo Quero-Quero, que tocou músicas tradicionais e de autoria própria. Logo após, foi apresentada ao público a grife da artista Cylene Dallegrave, que criou peças exclusivas para a feira, nas quais retrata as quatro raças de búfalo criadas no Estado. Antes dos lances, a Ascribu concedeu homenagens a Delfino Becker Barbosa, proprietário da cabanha Panorama, vencedora dos julgamentos, ao vice-presidente da Associação Argentina de Criadores de Búfalos, Carlos de Llano; e ao presidente da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ACBC), Caio Rossato.
O presidente da Acribu, Régis Gonçalves, avaliou que o leilão teve médias elevadas. Ele conta que o búfalo é uma das poucas espécies que ainda tem remate na Expointer, e que a feira traz visibilidade para os criadores. “Estou muito satisfeito com o resultado e com o espaço lotado. Esta Expointer foi muito acima do que se esperava. As parcerias com a nova Casa do Búfalo, Casa da Linguiça, Tantan Bar e Cooperbúfalo sem dúvida trouxeram um grande crescimento”, avaliou.
Gonçalves acrescentou que passaram pelo restaurante aproximadamente 800 pessoas por dia. "Todas essas pessoas estão levando para sua casa um pouco do sabor da carne e do queijo de búfalo, e poderão replicar a qualidade do produto. Agora temos que nos preparar para no ano que vem trazer novidades ainda maiores”, projetou o dirigente.
A programação da Ascribu contou, ainda, com um ciclo de palestras realizado no Auditório Getúlio Marcantônio da Federação dos Clubes de Integração e Troca de Experiências (Federacite). Abrindo os trabalhos, o médico-veterinário Roberto Grecellé, mestre em Produção de Carne Bovina, alertou aos criadores para a importância de perceber as mudanças no comportamento do consumidor, que procura qualidade e que tem uma crescente preocupação com o bem-estar animal.
Segundo ele, as escolhas levam em conta origem, história, cultura, saudabilidade e valores. Então, precisamos disseminar informações sobre o búfalo, cujo manejo envolve menos insumos químicos, aproveita melhor os recursos naturais e se adapta bem em todas as regiões do Brasil.”Façam amigos e ganhem fãs. Vendam sensações, experiências. O mercado da carne está aquecido, então surfem nessa onda”, enfatizou.
O consumo consciente também foi abordado pela médica-veterinária Angela Escosteguy, do Instituto do Bem-Estar, que traçou um painel sobre sistema orgânico de produção e o envolvimento de todas as etapas da cadeia produtiva. “Um manejo correto evita doenças e pode inclusive ajudar a preservar o meio-ambiente”, salientou.
Finalizaram o ciclo de apresentações de pesquisas, realizadas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pela Universidade Federal do Pampa, o projeto Lactbu, que mediu as propriedades do leite de búfala produzido no Rio Grande do Sul e a dinâmica da parasitose gastrointestinal de búfalos no município de Rosário do Sul (RS).