
A união entre o campo e a cidade foi pauta de debate nesta quinta-feira, 20 de fevereiro, durante a programação da 35ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, em Capão do Leão (RS). A presidente do Instituto Cooperconecta, Raquel Taschetto, abriu o encontro fazendo uma reflexão sobre a sobrecarga dos produtores rurais, uma vez que eles precisam trabalhar em várias frentes diferentes dentro da propriedade, pois lidam diariamente com a falta de mão de obra qualificada no campo.
Na ocasião, Raquel destacou que o Instituto Cooperconecta, criado em maio de 2023, tem a missão de fortalecer as bases da sociedade por meio da educação e valorização da vida no campo. “Nossa ideia é unir esforços com a geração Z, aqueles jovens de 18 a 24 anos, já que eles absorvem as novas tecnologias muito mais rápido do que alguém na casa dos 50 anos, por exemplo”, colocou. A presidente do Instituto acredita que, com a capacitação adequada, esses jovens podem contribuir para o crescimento do agronegócio. “Essas duas gerações precisam se entender, se não os negócios estarão fadados ao fracasso”, enfatizou.
Durante a sua fala, Raquel destacou que para o agronegócio prosperar é preciso quebrar paradigmas e dar oportunidades, pois as empresas também têm responsabilidade social para a formação das pessoas. "Jovens parados não contribuem para o crescimento do país. Se queremos prosperar, precisamos ter um olhar atento a essa população e chamar a atenção deles para o trabalho no campo”.
Segundo levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 36% dos jovens entre 18 e 24 anos não trabalham nem estudam no Brasil. Esse número reflete diretamente no Produto Interno Bruto (PIB) do país. Para a presidente do Cooperconecta, esse dado é alarmante e foi a partir dele que surgiu a ideia de buscar empresas parceiras e comprometidas com a educação e a aproximação do campo com a cidade. “Um dos nossos principais projetos em ação é, junto ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), captar jovens que acabaram o Ensino Médio e que estão sem perspectivas do que fazer com o seu futuro e oferecer - ao longo de cinco meses - treinamento com coach, acompanhamento psicológico, curso de educação financeira e informática e, posteriormente, eles são qualificados em pecuária, agricultura e fruticultura”. Raquel ressaltou que quase 100% desses jovens acabam o período de qualificação empregados e cheios de planos para o futuro.
Por fim, a mediadora do painel, Mônia de Almeida Schluter, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Ibicui e gestora da Agroplan, enfatizou que o projeto do Instituto Cooperconecta só é possível com a mobilização da sociedade civil. “Através da anuidade paga pelas empresas que se associam é que o Instituto consegue continuar capacitando mais e mais jovens para o trabalho no campo”, concluiu.
A 35ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas é uma realização da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e correalização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), além do Patrocínio Premium do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e apoio da Prefeitura Municipal de Capão do Leão. O evento tem como tema “Produção de Alimentos no Pampa Gaúcho - Uma Visão de Futuro”. Mais informações pelo site colheitadoarroz.com.br.