Comunicação do agronegócio no tema sustentabilidade precisa ser assertiva
- Redação AgroEffective
- 19 de dez. de 2022
- 2 min de leitura

O ano de 2022 foi emblemático para a questão da sustentabilidade, sobretudo no setor agropecuário brasileiro. Pode-se falar em virada de chave em relação à produção sustentável ao longo dos últimos 20/30 anos e também no que é esperado para os próximos 20/30 anos. A avaliação é do diretor de Negócios e Sustentabilidade da SIA, Serviço de Inteligência em Agronegócios, Davi Teixeira. Para ele, este parece ter sido um ano em que a população em geral começou a ter uma maior familiaridade com o tema, entendendo melhor o que significa efetivamente nas “nossas vidas”.
Teixeira coloca que o agronegócio tem um papel fundamental em acertar a comunicação com a sociedade neste tema da sustentabilidade. “Existem muitas informações desencontradas e equivocadas. Precisamos e estamos fazendo diversos trabalhos em várias frentes de comunicação assertiva à frente daquilo que o campo realmente faz e o que ele significa nesta temática”, reforça, destacando que 2022 é um ano importante como um marco nessa transição entre o que somente a ciência, os especialistas e os grandes núcleos governamentais discutiam e o que efetivamente chega à população e aos produtores rurais de maneira mais prática e aplicada.
Para 2023, Teixeira afirma que a caminhada é longa e a expectativa é de que ocorram avanços. “Esperamos que o próximo ano nos traga alguns passos mais concretos e efetivos no tema da monetização dos ativos de sustentabilidade do campo convergindo em favor dos guardiões dos ambientes naturais e ambientes produtivos com sustentabilidade, que são os produtores rurais”, enfatiza.
Conforme o dirigente, existe um esforço do setor para que seja revertido, efetivamente, aos produtores rurais ou proprietários de ambientes naturais que estão fazendo trabalhos de preservação ou produção conservacionista para prover para a sociedade, o que vem se falando em termos de sustentabilidade. “Me refiro não só aos alimentos, mas também a todos os outros serviços ecossistêmicos e ambientais que, já entendemos à luz do conhecimento científico e da prática nos campos, alcançam a sociedade há muito tempo e que agora precisam ganhar alguns contornos de relevância monetizada”, salienta.
O diretor da SIA lembra, ainda, as COPs 26 e 27 onde as nações discutiram todas as temáticas relacionadas aos impactos ambientais, mudanças climáticas e questões econômicas e sociais relacionadas ao tema. “Sabemos que existe muita incerteza entre os próprios grupos especialistas e governamentais, mas precisamos dar uns passos à frente. Está na hora de destravar algumas agendas para que consigamos caminhar em um sentido assertivo e não simplesmente na onda eco em que fala em preservar sem se dar conta de todos os impactos que temos por demanda de alimentos e por outros serviços que o campo nos entrega”, conclui Teixeira.
Em 2022, a SIA realizou várias ações envolvendo a questão da sustentabilidade no setor agropecuário. Entre elas, o lançamento da Agrigooders, moeda digital do agro sustentável que tem como objetivo monetizar o mercado global dos pagamentos por serviços ambientais, a apresentação do resultado do projeto Carbono Cite27, que conseguir reduzir as emissões em 16 propriedades, e a disponibilização de aplicadores da Guia de Indicadores da Pecuária Sustentável, GIPS, ferramenta do GTPS, a Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável, da qual a SIA é uma das organizações associadas.
Foto: Eduardo Rocha/Divulgação
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