A expertise de dois criadores do Estado de São Paulo será utilizada como uma das ferramentas de avaliação dos búfalos gaúchos na Expointer 2022. Convidados pela Associação Sulina de Criadores de Búfalos (Ascribu), Caio Rossato, premiado pela produção de derivados do leite de búfala, e Jonas Assumpção, que se especializou na criação para corte, trarão a experiência de cerca de 50 anos no setor. Rossato é presidente da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB) e Assumpção é o presidente do Conselho Administrativo da entidade.
Sócio da Laticínios Família Rossato, de Pilar do Sul, região de Sorocaba (SP), Caio Rossato é também médico veterinário e disse estar bastante ansioso com a chegada da Expointer. "Para nós é uma satisfação muito grande, pois estar na Expointer é como estar em uma festa familiar, estar em casa”, comentou. Ele se disse, ainda, muito acolhido pelos colegas no Rio Grande do Sul. “Sempre encontramos excelentes animais na pista da Expointer”, afirmou o criador, ao comentar a sua participação como jurado, este ano.
Jonas Assumpção já é experiente em Expointer, tendo exposto e julgado animais na feira. Ele comenta que a particularidade principal que nota nos animais de corte abatidos no estado é o hábito de abaterem animais mais leves do que no restante do Brasil. “Me parece que o peso oscila entre 420 e 450 quilos, enquanto que em São Paulo, por exemplo, a preferência é por animais terminados entre 520 e 580 quilos”, ressalta o criador.
Sobre a produção leiteira, ainda em desenvolvimento no Rio Grande do Sul, Assumpção faz questão de dar um aviso: ”Os bufaleiros ainda não habituados devem prestar muita atenção à alimentação dos bezerros cujas mães estão sendo ordenhadas”. Ele explica que o leite tão rico em gordura das búfalas é assim porque os terneiros necessitam de tal gordura para expressarem seu real desenvolvimento corporal e, portanto, vão requerer cuidados extras.
A história de Assumpção na criação de bubalinos iniciou em 1969, na Fazenda Boa Vista, em Tietê (SP). Segundo ele, um tio, com propriedade vizinha a de seus pais, iniciava, dez anos antes, a criação de búfalos. “Demorei um bocado para aceitar os búfalos, pois as vantagens com relação ao desenvolvimento, ao percentual incrível de partos anuais me faziam questionar quais pontos negativos ainda não conseguia ver”, conta o produtor. Hoje, os búfalos de Assumpção estão concentrados em outra propriedade, em Itapeva, mais ao sul de São Paulo. “O plantel de Tietê foi vendido para um criador do Pará, da ilha de Marajó”, conta o criador.
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