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Entidades formam bloco em prol do combate ao abigeato e buscam sensibilizar autoridades


Com o objetivo de buscar sensibilizar a segurança pública e o judiciário gaúcho para o drama que os produtores rurais enfrentam frente ao aumento da criminalidade no campo, o Instituto Desenvolve Pecuária e a Federação Brasileira de Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) tiveram agendas importantes para o setor. A primeira foi uma visita ao novo chefe da Polícia Civil, delegado Fábio Motta Lopes. Depois o encontro foi com a presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargadora Íris Helena Medeiros Nogueira.


Conforme o presidente do Instituto Desenvolve Pecuária, Luís Felipe Barros, a violência no campo recrudesceu. “Crimes rurais e abigeato cresceram no último ano e sequestro, tortura física e psíquica foram práticas que vem acontecendo de forma contumaz na nossa zona rural contra nossos agropecuaristas”, relatou. Até mesmo o aumento do preço da carne e dos insumos fez com que os olhares dos criminosos voltassem para o campo, na avaliação de Barros. “A gente tem uma rede de telefonia e de internet muito falha, e considerando que as distâncias são muito grandes, existe facilidade de acesso a implementos agrícolas que podem chegar ao custo de R$ 1 milhão”, destacou. O grupo também relatou ao novo chefe de Polícia o flagelo das delegacias especializadas, criadas para o combate a estes crimes. “As Decrabs têm problemas com diárias, com viaturas, o que também agrava a situação, mas reconhecemos que os policiais estão fazendo o trabalho deles”, afirmou. Foi solicitado que a PC repense a forma como as Decrabs estão instituídas.


Já à presidente do TJRS, Luis Felipe Barros levou o entendimento que muitas vezes o judiciário causa um entrave ao trabalho da PC. “Tratamos sobre a cultura do juiz, que muitas vezes está prejudicando o combate aos crimes no campo. Mostramos a diferença entre uma cidade, onde o judiciário tem se mostrado mais “mão de ferro” frente a cidades onde não se mostra tão ativista na condenação aos autores de crimes rurais”, explicou Barros.


Segundo ele, o objetivo do instituto em formar um bloco com a federação e a representação dos parlamentares foi representar a sociedade civil. “A verdade é que os crimes estão aumentando e o abigeato, por exemplo, é de difícil investigação”, ressaltou. Ele exemplificou que, quando o animal furtado tem o couro e a carne separados, não há mais condições de fazer a identificação da origem, fazendo, inclusive, com que nem ao menos uma vítima possa ser definida.


Também integram a comitiva o presidente da Febrac, João Francisco Wolf, o vereador de Dom Pedrito, inspetor Patrício Antunes, que integra a Frente Parlamentar de Vereadores em Defesa da Segurança no Campo e a pecuarista Antônia Scalzilli.


Foto: Eduardo Nichele/TJRS/Divulgação

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