A colheita do trigo segue em andamento no Rio Grande do Sul, em regiões de clima mais quente, como as Missões, por exemplo, cerca de 50% da área já foi colhida pelos produtores. Embora houvesse uma euforia no início da safra, problemas climáticos e de mercado trouxeram um novo cenário para a cultura, segundo o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Paulo Pires.
Conforme o dirigente, houve um investimento do produtor no cereal. Entretanto, a geada seguida de seca nas últimas semanas prejudicou o potencial produtivo de plantas. "Da euforia passamos para a frustração. Iniciamos um plantio com 26% de aumento de área e o Rio Grande do Sul sonhou em colher 3 milhões de toneladas de trigo. Infelizmente tivemos uma geada em 22 de setembro que levou parte deste potencial produtivo e depois a seca, somando dois eventos climáticos em uma cultura só", destaca.
Outra questão, de acordo com Pires, é o aproveitamento dos preços de mercado atuais, pois as vendas futuras feitas pelos agricultores ficaram com valores defasados, o que comprometeu ainda mais a renda dos produtores. "Os preços excepcionais que o produtor de trigo tem hoje, mais de R$ 70,00 a saca, não serão aproveitados por muitos produtores, pois cerca de um milhão de toneladas dos 2 milhões de toneladas previstos para a colheita estão comprometidos com contratos futuros com preços bem abaixo", observa.
O presidente da FecoAgro/RS salienta também que este será um ano bastante difícil para a triticultura gaúcha. "Se acreditou, se aumentou a área, se teve potencial produtivo, se fez a coisa certa, mas alguns problemas vão prejudicar o sonho de renda e de uma lavoura bem formada como temos em alguns casos", completa.
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