O Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) vem celebrando iniciativas recentes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na formação de novos degustadores e criação de painel sensorial interno para avaliação e classificação dos azeites de olivas. Segundo a entidade, está em processo de construção da rigorosa análise dos importados que, historicamente, eram enviados ao país como extravirgens quando na verdade eram lampantes ou virgens.
Segundo a entidade, em testes às cegas, marcas conhecidas no Brasil de azeites portugueses, espanhóis, gregos e italianos têm sido reprovadas em análises sensoriais, e colocam em dúvida a veracidade das análises físico-químicas apresentadas pelos importadores. O Ibraoliva reforça que o azeite é o segundo produto mais falsificado no mundo e o Brasil terreno fértil para a ação criminosa e que lesa o consumidor.
Conforme o presidente do instituto, Renato Fernandes, se celebra a constituição do painel sensorial do Ministério formado por 16 degustadores e o novo, iniciado no ano passado, com 15 degustadores em formação. “Estes novos profissionais vêm a se somar à degustadores que anteriormente haviam buscado a sua formação no exterior e em iniciativas realizadas no Brasil”, observa.
O Ibraoliva também clama pela atuação ética destes profissionais. “Não se pode admitir que profissionais com esta expertise, inclusive integrantes de painéis internacionais, se prestem para divulgar, sem compromisso com a verdade, azeites importados de determinados países, generalizando-os como melhores do mundo, sem o cuidado de análise sensorial específica”, ressalta o presidente da entidade.
Para Fernandes, a formação de degustadores no Brasil é imprescindível para a capilarização das análises sensoriais e a educação dos consumidores. “O azeite extravirgem brasileiro aceita a concorrência dos extravirgens importados, mas não pode admitir que azeites lampantes e virgens ganhem as prateleiras de mercados travestidos de extravirgens, e, muito menos, chancelados por degustadores que esquecem os compromissos éticos em sua atuação”, complementa o dirigente.
Um dos trabalhos desenvolvidos na qualidade do azeite brasileiro é o Selo Premium, parceria entre o Ibraoliva com a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul. "Nossa parceria com o Ibraoliva atesta que a inovação, a ciência e a tecnologia também estão presentes em cadeias produtivas tradicionais do Estado, como a do azeite de oliva extravirgem. É um orgulho contribuirmos na expansão e no fortalecimento da olivicultura gaúcha, um setor cuja força incorpora a tríade que está presente no nome da nossa secretaria. O selo Produto Premium Origem e Qualidade RS agrega ainda mais valor a esses produtos e conscientiza o consumidor", explica a secretária Simone Stülp.
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