A plataforma de comercialização na pecuária Negócio Fechado realizou nesta segunda-feira, 25 de outubro, a sua segunda palestra dentro do ciclo de painéis virtuais sobre temas relacionados à pecuária de corte. O professor Júlio Barcellos, coordenador do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (NESPro), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), abordou o tema “O que esperar do preço do boi gordo até o final do ano?”.
O palestrante iniciou a sua fala salientando que o Brasil é um supermercado do mundo, com 58% de toda a produção dirigida à indústria de bebidas e alimentos. “Levamos nossos produtos para 190 países, sendo 45% para a Ásia, 16% para os países árabes e em torno de 14% para a União Europeia. E nesse supermercado global, a carne bovina ocupa um espaço muito significativo. O Brasil é o segundo maior produtor e primeiro exportador mundial”, destacou, lembrando que a partir destes dados surgem muitos desafios.
Segundo Barcellos, o que determina o preço do boi gordo são variáveis como poder econômico, comportamento do consumidor e o produto chegando na gôndola do varejo. “Toda a vez que estas variáveis afetam a oferta, o preço oscila. A carne é um produto extremamente fiel em termos de preço ao balanço oferta e procura, ainda que tenha substitutos parciais, como frango e porco”, observou, destacando que há uma perspectiva real de aumento de consumo da carne bovina nos próximos 45 dias, estimado em 18%.
Em relação à oferta, citando a Carta Conjuntural lançada pelo NESPro, o professor afirmou que houve uma redução considerável de abates no Rio Grande do Sul entre janeiro e setembro deste ano, aproximadamente 200 mil cabeças a menos, o que naquele período não foi suficiente para promover a recuperação dos preços porque o consumo de carne bovina também caiu. “Para estimar preço, é necessário colocar variáveis na balança, como quem fornece o suprimento e quem consome”, pontuou.
Barcellos afirmou ainda que a oferta disponível de gado no Estado é de 520 mil cabeças e para suprir a demanda, serão necessárias 529 mil. “Porém, a balança está a favor da demanda e, com isso, o impacto no preço é uma variação positiva entre 7% e 12%. Na semana de 9 de novembro o boi gordo deve fechar a R$10,90/Kg e chegar ao máximo de R$12,05/Kg”, estimou, colocando que se isto acontecer, não será surpresa que também em janeiro a cotação esteja razoável.
O professor encerrou a palestra destacando a plataforma Negócio Fechado, lançada recentemente. “Esta plataforma possibilita a concretização de negócios de uma forma mais efetiva, segura, profissional, moderna e inovadora que o setor precisa”, concluiu.
Foto: Paulo Renato Pinheiro/Divulgação
Comments