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Manejo correto das pastagens otimiza nutrição animal e aumenta lucratividade


A nutrição animal pode representar cerca de 70% do custo da produção e o manejo correto das pastagens ajuda a reduzir estes gastos na fazenda. São estratégias simples que irão contribuir no aumento da quantidade de animais por hectare, assim como no ganho de peso diário. Além destes fatores, a otimização no uso das pastagens também vai possibilitar mais dias de uso da forrageira, diminuir o gasto com suplementação e aumentar a lucratividade.

O engenheiro agrônomo Armindo Barth Neto, coordenador técnico da SIA, Serviço de Inteligência em Agronegócios, ressalta a importância em manejar bem as pastagens para obter os benefícios acima elencados. Explica que controlando o quanto o animal consome da planta é possível alcançar uma produção média maior do que se não houver nenhum tipo de manejo. “Sem colocar adubo, sem fazer grandes investimentos, simplesmente por manejar a planta na altura certa, é possível multiplicar por três ou até quatro vezes mais a produção de um pasto”, afirma, lembrando que com a altura certa sabe-se o quanto de folha tem no pasto ou quanto o animal consegue comer bem a partir de determinada altura.

De acordo com Barth Neto, um dos dilemas enfrentados no manejo das pastagens é administrar a relação da planta com o animal, já que para crescer a planta precisa de folhas, e para crescer e produzir o animal precisa comer estas folhas. Destaca que existe um ponto ótimo para conciliar esses dois fatores, mostrado por várias pesquisas, e cada espécie de planta tem uma altura ideal. “Por exemplo, na pastagem de inverno, falando mais para a realidade do Sul do Brasil, a altura de entrada ideal de uma aveia é 30 centímetros e o consumo pelo animal tem que ser de, no máximo, 40% desta altura, ou seja, 18 centímetros. Já para o azevém, a altura de entrada deve ser de 20 centímetros, rebaixando para 12 centímetros, e na braquiária 40 centímetros rebaixando até os 24 centímetros”, observa, colocando que com essas alturas o animal consegue se alimentar bem e as plantas ficam com muita folha e seguem sempre em crescimento, produzindo.


Outra questão importante levantada pelo engenheiro agrônomo, é o número de piquetes ou subdivisões que às vezes não fica dentro do ideal tanto na pecuária de leite quanto na de corte. “Nesse modelo que a gente trabalha é importante frisar que não é obrigatório o produtor utilizar a divisão de piquetes, mas ela auxilia bastante no manejo para mostrar ao animal o melhor local para comer. No entanto, recomendamos que não sejam muitas divisões para evitar que fique pasto pronto para trás, o que acaba trazendo perdas no manejo”, informa. Segundo ele, o ideal é que nas pastagens de inverno não passe das 12 divisões, e nas de verão sejam trabalhadas entre duas até oito divisões, no máximo.


Barth Neto destaca ainda a importância de o produtor ajustar bem a carga, não colocar animais demais na área, e sempre monitorar isso junto com as alturas das plantas. “Recomendamos que comece com uma unidade animal de 450 quilos por hectare e vá monitorando, principalmente nessas pastagens de inverno agora, para que o pasto não rebaixe demais e aí sim o produtor vai regulando a carga. Caso o pasto comece a crescer demais, coloca mais animais, se o pasto baixar muito rápido, a carga deve ser reduzida”, enfatiza.

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