Pela sua história, Jaguarão (RS) é reconhecida como berço das provas funcionais da raça Crioula. É, também, um tradicional município quando falamos em Marchitas e Marcha de Resistência. E foi ali, na fronteira com o Uruguai, onde apenas o rio Jaguarão divide os dois países, que o mundo todo esteve reunido em torno do Cavalo Crioulo. Quem acompanhou a 21ª edição da Marcha Anual de Resistência do Cavalo Crioulo, organizada pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), seja pelas estradas do município ou pela cobertura pelas mídias sociais e pelo site do Cavalo Crioulo, viu as emoções que cercaram a edição que marcou história dentro da raça.
Recebendo o nome de Cláudio Franco Gonçalves, figura emblemática que ao conhecer as provas de Marcha do Uruguai, resolveu se aventurar na primeira Marcha Anual de Resistência do Brasil e, desde então, fomentou o seu crescimento no país, a 21º Marcha Anual de Resistência reuniu histórias em torno do Cavalo. São famílias: pai e filho, irmãos, casal, são amigos, são de todos os cantos do mundo.
Em uma prova que é um dos pilares do tripé de seleção do Cavalo Crioulo (ao lado da Morfologia e do Freio de Ouro), a Marcha de Resistência testa a rusticidades, a adaptabilidade e a capacidade do Cavalo Crioulo em percorrer distâncias diárias que, no fim, completam 750 quilômetros percorridos. Dividas em etapas semi-reguladas (quando apenas existe um limite mínimo e máximo para a conclusão das etapas) e livres (quando existe apenas um limite máximo para a realização da etapa), a largada aconteceu na manhã do dia 24 de junho.
A concentração dos animais, antes da largada, aconteceu no dia 25 de maio (30 dias antes da largada), na Fazenda São Francisco e da Cabanha Santa Nélia. Durante 15 dias um misto de frio e chuva fez com que o trajeto ganhasse novos contornos, com a estrada molhada, mostrando que o Cavalo Crioulo também se adapta aos mais diferentes terrenos e adversidades climáticas. Na segunda maior Marcha da história em número de animais, a manhã deste sábado (08) foi dedicada aos últimos 40 quilômetros. Foram 53 animais admitidos e 36 conjuntos cruzaram a linha de chegada no Sindicato Rural de Jaguarão/RS, completando os 750 quilômetros percorridos em 15 dias de etapas semi-reguladas e livres.
Segunda égua a cruzar a chegada na última etapa, Ipiranga da GAP São Pedro conquistou o primeiro lugar geral e primeiro lugar entre as éguas maiores. Afixo conhecido em outras modalidades da raça Crioula, Ipiranga é filha de Coladito La Invernada e Domadora de São Pedro, criada por Eduardo Macedo Linhares e exposta por Parceria GAP Genética, foi domada por José Antônio Lopes Pereira, conduzida pelo ginete Filipe Fernandes Garcia Vaz. Começou a sua trajetória em provas de resistência em 2021, quando concluiu a Marcha Anual como égua menor. Em 2022 foi 9ª colocada e, neste ano, foi 3ª colocada na Marchita 140 quilômetros. Este ano o conjunto concluiu a prova em 66h56min13s.
Confira o resultado
1º Lugar
IPIRANGA DA GAP SÃO PEDRO
CRIADOR: EDUARDO MACEDO LINHARES, EXPOSITOR: PARCERIA GAP GENÉTICA, ESTABELECIMENTO: ESTÂNCIA GAP SÃO PEDRO, URUGUAIANA (RS)
GINETE: FILIPE FERNANDES GARCIA VAZ
TEMPO: 66h56min13s
2º Lugar
ODILO DESTAPADA
CRIADOR: GILBERTO GONÇALVES, EXPOSITOR: PARCERIA LA RUTA,
GINETE: RODRIGO MARQUES IGNÁCIO GONÇALVES,
TEMPO: 67h05min23s
3º Lugar
XUCRA FOCADA
CRIADOR: EDUARDO GOMES ZAMBRANO E FILHOS, EXPOSITOR: EDUARDO GOMES ZAMBRANO E FILHOS, ESTABELECIMENTO: CABANHA XUCRA, PELOTAS (RS)
GINETE: RODRIGO ZAMBRANO
TEMPO: 67h08min00s
4º Lugar
JURA DO RINCÃO DA QUERÊNCIA
CRIADOR: LUIZ CÉZAR SILVA RODRIGUES, EXPOSITOR: LUIS UMBERTO SILVA RODRIGUES, ESTABELECIMENTO: CERRO DOS QUIETOS, ACEGUÁ (RS)
GINETE: LUIS UMBERTO SILVA RODRIGUES
TEMPO: 67h15min09s
Foto: Maurício Vinhas/Divulgação
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