A Padronização das Carcaças Bovinas foi tema de debate nesta terça-feira, 24 de maio, no Charla de Pecuária, evento virtual promovido pelo Instituto Desenvolve Pecuária em seu canal no YouTube. O médico veterinário e vice-presidente do Sindicato Rural de Santiago, Unistalda e Capão do Cipó, Lauro Sagrilo, analisou projeto de portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sobre a toalete das carcaças bovinas, que está sob consulta pública até o próximo dia 31 deste mês.
O vice-presidente da entidade, Paulo Costa Ebbesen, abriu a 5ª edição do Charla de Pecuária lembrando a atuação destacada do palestrante no ano passado quanto à taxa do frio, um desconto de 2% nas carcaças bovinas, que hoje não existe mais. Sagrilo iniciou a sua fala lembrando que o Desenvolve Pecuária é uma das 35 entidades que está mobilizada à favor desse pleito pela normatização e padronização da toalete das carcaças pelos frigoríficos brasileiros. “A toalete é a limpeza realizada antes da pesagem e não ocorre de forma padronizada. Existem estudos que estimam que cerca de 15 quilos de músculos e gorduras são retirados indevidamente e não são pagos ao produtor rural”, explicou.
O médico veterinário citou o artigo 277 do regulamento que traz a definição de carcaça vigente no país. As carcaças são as massas musculares e os ossos do animal abatido, tecnicamente preparado, desprovido de cabeça, órgãos e vísceras torácicas e abdominais, respeitadas as particularidades de cada espécie. Colocou, no entanto, que existe a integralidade de um produto animal que precisa ser respeitada e, ao “estudarmos melhor este projeto de portaria (SDA Nº 515 de 1º de fevereiro de 2022), que possui 159 artigos, percebemos que o principal problema está na parte conceitual”., e indagou: “a proposta é de um conceito de toalete de retirada de partes que não correspondam à carcaça. Mas que partes são essas? Nós não sabemos”.
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Conforme Sagrilo, a não definição de quais são as partes que não correspondem à carcaça vai gerar insegurança jurídica para os pecuaristas. “Se a situação hoje já é difícil, imagina tendo essa portaria aprovada. O conceito de carcaça não padroniza o produto animal fruto dos esforços de mais de dois milhões de pecuaristas do Brasil e agora essa portaria é um retrocesso normativo ao tratar de forma genérica a parte conceitual”, pontuou, destacando algumas das propostas para a consulta pública, como a que altera o conceito de toalete esclarecendo com precisão quais são as partes que não correspondem à carcaça.
Ao final do painel virtual, o vice-presidente do Desenvolve Pecuária assumiu como compromisso da entidade montar uma estratégia de mobilização a fim de sustar qualquer possibilidade de publicação desse projeto de portaria.
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