A Associação Gaúcha de Criadores de Búfalos (Ascribu), com o Grupo de Estudos em Bubalinocultura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Gebu/Ufrgs), realizaram a permuta de um terneiro macho búfalo por uma terneira fêmea búfala. Além disso, um touro Murrah PO foi emprestado para servir de reprodutor do plantel da Estação Experimental de Agronomia da Universidade. Os animais são da Agropecuária Búfalas do Pampa, de Rosário do Sul (RS).
A ação faz parte de parceria estabelecida entre a entidade e a universidade com o objetivo de incrementar a evolução do plantel da Estação Experimental e o volume de pesquisas, e o engajamento de professores e estudantes com o programa é visível. "O retorno que a cadeia produtiva da bubalinocultura vem recebendo é espetacular. Seja através de palestras, dias de campo, engajamento de estudantes em eventos, assistência a produtores, entre outros", destaca o vice-presidente da Ascribu, Raphael Gonçalves, também proprietário da Búfalas no Pampa.
O dirigente salienta ainda que, para a associação, a parceria é um orgulho e que a bubalinocultura tem assumido cada vez mais um papel de destaque na agropecuária. "Esses animais estão envolvidos em vários estudos, pesquisas, trabalhos de extensão e vêm se dedicando aos professores e alunos da Ufrgs à produção de leite e o melhoramento genético para a produção. A agropecuária Búfalas do Pampa aceitou fazer essa permuta e receber um terneiro macho trocando por uma terneira fêmea Murrah registrada com aptidão leiteira. A intenção é apostar nessa parceria para que cada vez mais a Ufrgs possa ter um rebanho de excelência voltado para a produção de leite, que é uma demanda que vem crescendo muito no país, visto hoje a experiência e a vivência que a gente está assistindo de São Paulo e de Minas Gerais, onde a pecuária bubalina de produção de leite tem crescido exponencialmente", ressalta.
Representante do Gebu, a zootecnista Vitória Di Domênico reforça que a parceria tem sido de grande importância para a consolidação do rebanho na Universidade, bem como para a pesquisa do búfalo no Rio Grande do Sul. "Iniciamos em 2022, através da troca de dois novilhos que nasceram na Ufrgs por duas novilhas da Búfalas do Pampa, e pelo empréstimo de um Touro Murrah, o Tomilho. Essa troca por si só já era necessária para o nosso rebanho, pois por se tratar de um rebanho leiteiro e também por questão de área, o nosso maior interesse é de manter as fêmeas no plantel", explica.
Entretanto, conforme Vitória, essa parceria possibilitou também agregar na genética leiteira do rebanho da universidade, devido aos investimentos e cuidados em seleção de búfalas leiteiras da Búfalas do Pampa. "Atualmente, já é possível observar frutos dessa parceria diretamente no rebanho. Ao longo de 2023, tivemos o nascimento de cinco filhos do Tomilho, sendo quatro fêmeas e um macho, além de ter uma daquelas primeiras novilhas que chegaram em 2022 já em ordenha desde seus 26 meses, com uma média de cinco litros de leite por ordenha, considerada ótima para uma búfala primípara", afirma.
Ainda em 2023, no mês de abril foi realizada mais uma troca, de três novilhos por novilhas, sendo duas novilhas Murrah registradas, que participaram da Expointer este ano, além da troca do Tomilho pelo touro Alegrete Puie. E agora, no final de outubro, mais um novilho por novilha, além da troca do touro Puie por outro touro Murrah. "Essa parceria tem incorporado um ótimo valor genético ao rebanho da Estação Experimental, além de trazer bastante visibilidade para o Gebu, através da participação em feiras e eventos juntamente à Agropecuária Búfalas do Pampa. Também buscamos sempre retornar os resultados que observamos nestes animais aqui na Estação Experimental, seja através dos índices reprodutivos dos touros e novilhas, como também da resposta das vacas na ordenha, já que a mesma genética que está na propriedade em Rosário do Sul, também está na Universidade em Eldorado do Sul", frisa Vitória.
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