O Rio Grande do Sul está buscando a conquista do status de livre de Febre Aftosa sem vacinação. Este ano já ocorreu a aprovação dada pelo Ministério da Agricultura. O próximo passo, agora, é aguardar a sinalização da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), prevista para 2021. O trabalho para alcançar esta posição foi o tema do Agropauta Web Talks, organizado pela AgroEffective, nesta quarta-feira, 25 de novembro. Participaram o diretor do Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado do Rio Grande do Sul (Simvet/RS), João Júnior, o presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raças (Febrac), Leonardo Lamachia, e o presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Rogério Kerber.
No evento virtual, os debatedores apontaram os avanços e também o que ainda deve ser melhorado até a confirmação oficial para alcançar este status, que trará para o Rio Grande do Sul novos mercados para a carne gaúcha com o reconhecimento. O ponto mais salientado pelos participantes foi o da fiscalização, no qual foram apresentadas iniciativas que já vem sendo realizadas pelas cadeias envolvidas e quais são ainda os gargalos que devem ser combatidos.
O diretor do Simvet/RS salientou que a entidade apoiou as decisões técnicas sobre o tema e vem trabalhando junto aos médicos veterinários a importância e responsabilidade dos profissionais. Sobre a fiscalização, lembrou que a maior preocupação é sobre o controle das fronteiras secas. "Apontamos diversos pontos e seguimos ainda apontando o déficit de médicos veterinários no serviço oficial que vem aumentando cada vez mais por aposentadorias e saídas para outros concursos públicos. Nos preocupamos bastante de como fazer essa fiscalização em uma fronteira tão grande com este déficit enorme", observou.
Já o diretor do Fundesa explicou que medidas vêm sendo tomadas, especialmente junto aos produtores rurais, como o convênio com Sindicatos Rurais de fronteira com apoio conjunto da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag/RS). "Temos a convicção que estamos mudando o perfil de participação tanto do produtor quanto dos técnicos para uma ação mais efetiva e com um link mais aproximado do setor de produção. Temos um conjunto de produtores e técnicos privados que estão se incorporando neste processo. Este é um novo olhar para o sistema de defesa sanitária", frisou.
Para o presidente da Febrac, esta foi a decisão mais importante para a pecuária do Rio Grande do Sul nos últimos 30 anos e envolveu o trabalho da cadeia produtiva, no qual a entidade, juntamente com a Farsul, trabalhou na conscientização do setor. "O avanço do status sanitário teria que ser uma decisão técnica e a partir de um processo de amadurecimento. Sem dúvida ainda precisamos implantar uma série de melhorias. Mas este status já está nos obrigando a implementar uma série de melhorias, seja pelo trabalho do produtor, do poder público e das entidades. Todas estas mudanças estão inseridas neste ganho", avaliou.
A próxima rodada do Agropauta Web Talks será no dia 02 de dezembro com o tema Comissões Jovens, que vai apresentar o trabalho realizado junto à juventude de entidades. Os eventos podem ser acompanhados pelo canal do Youtube da AgroEffective.
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