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Qualidades e benefícios na criação de Búfalos foram tema de palestras na Expoleite Fenasul


Palestras sobre manejo e qualidade do leite bubalino marcaram a programação da Associação Sulina dos Criadores de Búfalos (Ascribu) na Expoleite Fenasul, nesta sexta-feira, 20 de maio. O médico veterinário João Amantino, de Passo Fundo (RS), falou sobre “Manejo Integrado de Búfalas e Bovinos Leiteiros em Campo Nativo. Já a zootecnista Vitória L. Di Domenico, abordou a “Qualidade do Leite Bubalino e Desenvolvimento de Produtos”.


O público presente se constitui, principalmente, de alunos do Colégio Agrícola Daniel de Oliveira Paiva (Cadop), de Cachoeirinha (RS). As palestras ocorreram na casa da Associação Gaúcha de Professores Técnicos de Ensino Agrícola (Agptea), no Parque de Exposições Assis Brasil,em Esteio (RS).


A presidente da Ascribu, Desiree Möller, fez a abertura das palestras destacando que o búfalo se adapta a todas as condições climáticas e geográficas, podendo ser uma fonte de renda ao produtor rural. Na sequência, o médico veterinário João Amantino iniciou a sua palestra fazendo um histórico sobre o início da integração lavoura pecuária em sua propriedade. Disse que em 1994 introduziu o búfalo dando início a exploração pecuária leiteira com a espécie.


Amantino destacou o manejo integrado Bovino/Búfalo. “Os primeiros búfalos que entraram na propriedade foram por segurança como forma de reduzir o abigeato. Depois, tornaram-se as melhores roçadeiras ao não permitirem o acúmulo de pasto. “À medida que o trabalho foi evoluindo, descobri as qualidades deste animal”, contou.


Conforme o médico veterinário, a fertilidade e parição do Búfalo é superior a 80% em relação a outro gado. Lembrou, ainda, que consegue terminar o Búfalo aos 18 meses com 450 quilos, sem ministrar nenhuma dose de vermífugo. “Quando chegam os meses de fevereiro e março, esses animais são usados como roçadeira e, portanto, fazem o arrasamento das pastagens para o plantio de inverno, com aveia, azevém e, se for o caso, o trigo”, informou, destacando que os búfalos vêm sempre na sequência das vacas.


A zootecnista Vitória L. Di Domenico, por sua vez, falou sobre a parceria do Grupo de Estudos de Bubalinos, da Ufrgs, com a Ascribu, e a partir daí o surgimento da vontade de saber mais sobre esses animais. Com a doação de nove fêmeas e um macho pela entidade, em 2018 iniciaram-se as aulas práticas, pesquisas e manejos. “Em 2019 tivemos o primeiro nascimento de Búfalo dentro da Universidade,” observou.


Vitória ressaltou a qualidade do leite de Búfala demonstrada por meio de um trabalho realizado junto aos produtores do Rio Grande do Sul. Explicou que o leite bubalino tem uma média de 5,5% de gordura, 4% de proteína e 15,8% de sólidos totais , enquanto o leite bovino tem que ter 3% de gordura, 2,9% de proteína e em torno de 11% e 12% de sólidos totais. “O leite de Búfala, apesar de ter uma produção inferior, se apresenta superior na questão desses parâmetros”, disse, colocando que a produção média alcançada foi de 6 quilos de leite, mas algumas vacas produziram em torno de 9% kg de leite.


Segundo Vitória, esse aumento de produção e dos componentes do leite foi muito importante para a produção de queijo colonial. “Conseguimos produzir basicamente 1 quilos de queijo com 5 quilos de leite. E todo este trabalho sempre foi realizado com muito cuidado em relação à higiene na ordenhadeira, assim como na lavagem de mãos de quem faz o trabalho”, finalizou.

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