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Raça Dohne Merino estreia nos julgamentos de ovinos da 47ª Expointer

As raças Ideal, Hampshire Down, Ile de France e Ile de France Naturalmente Coloridos entraram em pista no terceiro dia do julgamento de ovinos na 47ª Expointer, em Esteio. Mas quem roubou as atenções foi a Dohne Merino, que fez sua estreia na exposição. Trata-se de uma espécie ainda pouco conhecida no Brasil, mas que promete rápida expansão graças ao crescente interesse comercial pela qualidade de sua lã.


“É uma raça que veio suprir uma lacuna: é produtora de uma lã fina, que o mercado procura, com espessura em torno de 19, 20 micras. Aliado a isso, é uma raça que tem uma carcaça de excelente qualidade, precoce, de animais pesados. Então, ela tem aptidão para produzir carne, fechando com as nossas necessidades do mercado”, explicou o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Dohne Merino, Fernando Martins.


Originária da África do Sul, a raça é bastante rústica e adaptável a diferentes climas - do chuvoso ao árido. Por isso, sua criação foi bem sucedida em campos australianos, para em seguida se expandir para a América Latina, no ano de 2002, graças a produtores uruguaios - que também comercializaram animais para criadores argentinos, brasileiros e chilenos. No Brasil, a Dohne Merino está se popularizando no Rio Grande do Sul - especialmente em municípios próximos à fronteira, como Livramento, Quaraí, Rosário do Sul, Bagé, Dom Pedrito e Uruguaiana. Em apenas um ano, a Associação dos Criadores já conseguiu reunir 20 produtores. Jurado da raça, Jair Menezes afirmou que as características da raça são ideais para criações na região do Pampa.


“A melhor raça é aquela que melhor se adapta ao meio ambiente. E essa raça tendo uma adaptação fantástica, porque o nosso meio ambiente é muito bom. É um ambiente que nos dá essa condição de produzir carne e de produzir nos lãs de baixa micronagem. É uma lã que, por muitos e muitos e muitos anos, vai ser uma lã de muita procura, porque essa micronagem ao redor de 20 e 22 micras paga muito bem [ao produtor]. No Uruguai, há cabanhas vendendo lã por US$ 10 o quilo. Isso é um retorno espetacular. Então, como disse, se temos condições do nosso meio ambiente, dos nossos campos, esta raça nos devolve. E por isso que eu falo que essa raça veio para ficar. Porque o retorno financeiro dela é muito bom”, observou Menezes, que foi técnico da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) por 20 anos.


Coube a Menezes avaliar o padrão da raça dos três borregos Dohne Merino que entraram em campo nesta terça-feira, 27 de agosto. E segundo ele, o macho e a fêmea que se sagraram grandes campeões - Maiamu 04 e Maiamu 24a, da Fazenda Mata Olho, de Santana do Livramento - não são nota 10, mas “nota 11”.


“O grande campeão é um excelente animal, realmente um animal de muito boa cobertura muscular, tem excelente velo, qualidade e pureza racial e bons aprumos. E a fêmea, da mesma maneira que o macho, é destaque. Muito feminina. Isso nos dá certeza de muita prolificidade quando ela apresenta o caráter feminino”, disse Menezes.


Conforme o presidente da Associação, o trio de borregos que entrou em pista servirá de vitrine para atrair mais criadores para a raça. “Aqui na Expointer, trouxemos esses três animais no intuito de fomentar a raça, de mostrar a raça. Esses animais não vão ser comercializados, eles voltam para a propriedade, mas o nosso trabalho é mostrá-los. Entrando, galgando degrau a degrau dentro do Estado, e no Brasil, né?”, comentou Fernando Martins.

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