Sucessão rural exige planejamento jurídico e financeiro para preservar o legado familiar
- Nestor Tipa Júnior
- há 1 dia
- 2 min de leitura

A continuidade dos negócios no campo depende cada vez mais de planejamento e estrutura. Em propriedades rurais, onde o patrimônio envolve laços afetivos, bens construídos por gerações e desafios específicos do setor, a sucessão familiar não pode ser deixada ao acaso. Segundo o sócio da Guapo Sucessão & Governança, Márcio Weiler, dois pilares fundamentais devem ser considerados desde cedo: o planejamento jurídico e o planejamento financeiro.
Do ponto de vista jurídico, o primeiro passo é dar forma legal à vontade de quem construiu esse patrimônio. “A elaboração de testamentos, protocolos familiares, contratos sociais e demais instrumentos legais ajuda a garantir que os bens da família empresária sejam distribuídos conforme os desejos do proprietário, de maneira organizada e segura”, explica Weiler. Ele lembra que, ao deixar de organizar esse processo, a família corre o risco de enfrentar disputas judiciais longas, desgastes emocionais e prejuízos financeiros.
Outro ponto relevante é que, no ambiente rural, o patrimônio costuma ser indivisível ou pouco fracionável – como áreas de produção ou benfeitorias ligadas diretamente à atividade. “É comum vermos problemas na hora da partilha justamente por não ter sido definido previamente quem ficará com a gestão do negócio e como os demais sucessores serão compensados”, pontua o especialista. O planejamento jurídico, nesse caso, permite antecipar essas decisões com responsabilidade, mantendo a atividade produtiva e respeitando os direitos de todos os envolvidos.
Ao conjugar os dois planejamentos — jurídico e financeiro —, a família cria uma base sólida para que o negócio seja preservado e evolua com segurança. “Estamos falando de um ato de responsabilidade com o futuro da propriedade e com o trabalho de gerações. Planejar não é antecipar o fim de um ciclo, mas sim garantir que ele continue com consistência”, ressalta o sócio da Guapo.
Para ele, sucessão bem-sucedida é aquela em que a propriedade continua produtiva, a família permanece unida e o processo acontece com previsibilidade, transparência e respeito mútuo. “Esse é um passo que precisa ser dado com o auxílio de especialistas e com diálogo entre todos os envolvidos. A sucessão começa quando a família começa a conversar”, conclui Weiler.
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