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Tecnologia usada em pastagens de inverno aumenta produtividade e lucro para pecuaristas

A oportunidade de produzir carne ou leite a partir do uso de pastagens de forrageiras de inverno é uma característica dos três estados do sul do Brasil, sobretudo Rio Grande do Sul e Santa Catarina e uma parte do Paraná, porque essas espécies de forrageiras são de clima temperado ou subtropical e que se adaptam a essas condições mais sulinas do nosso país. A análise é do proprietário e diretor da SIA – Serviço de Inteligência em Agronegócios, Davi Teixeira.


“Nos últimos anos, com o avanço das lavouras de soja, sobretudo no Rio Grande do Sul, essa oportunidade foi, inclusive, ampliada porque existem hoje mais áreas de pastagens de inverno em potencial dentro das fazendas originalmente utilizadas para pecuária. E essa é uma oportunidade que os pecuaristas têm de produzirem mais, gerar mais ganho de peso e, consequentemente, mais receita para os seus negócios”, pondera.


Teixeira explica que o primeiro ponto que deve ficar claro é que, dentro do contexto do ano todo de produção e produtividade de um sistema de pecuária, seja ele de corte ou leite, o principal momento para acelerar a produtividade do sistema do ano de produção pecuária é exatamente no inverno, com as pastagens que são implantadas no período de outono e utilizadas durante o inverno e parte da primavera. “Este é o principal momento para a grande maioria dos modelos de produção pecuária que estão estabelecidos dentro do Rio Grande do Sul”, ressalta.


Para que isso seja efetivamente conquistado, o diretor da SIA orienta que as pastagens sejam implantadas na hora certa, adubadas e manejadas de maneira adequada, porque o manejo do pastoreio das lotações sobre os pastos representam a fase da colheita, na comparação com uma lavoura de grãos. “As colheitadeiras, que são os animais em uma analogia, precisam estar bem reguladas para colher bem e por maior período de tempo possível durante a sua utilização. O período de pastoreio sobre estas pastagens é, geralmente, da ordem de 100 a 120 dias”, explica.


Teixeira recorda que o último outono castigou muito a implantação das pastagens, foi ruim para a colheita da soja nessas áreas de integração lavoura pecuária e dificultou muito o estabelecimento das pastagens, em função da falta de luminosidade, o excesso de chuvas e sobretudo, nos últimos dias, a falta de temperatura. “Estas espécies, apesar de serem de ciclo forrageiro invernal, são na sua maioria gramíneas, aveia, azevém, trigo para pastejo. Sendo assim, precisam responder a partir de água, nutrientes, radiação solar e temperatura. Existem fatores que não controlamos como a radiação solar, a temperatura e a umidade”, enfatiza.


Já os fatores que controlamos enquanto usuários ou gestores do sistema de produção são exatamente o planejamento, a gestão, a compra dos insumos, a estrutura de máquina e mão de obra para trabalhar no tempo certo, sobretudo a fertilização, que significa utilizar adubo no momento da implantação, e ureia, que é o nitrogênio no momento da adubação em cobertura para perfilhamento e produtividade maior destes pastos, orienta o diretor da SIA.


Teixeira destaca que é importante salientar, no entanto, que apesar do ano ruim, tanto em função das condições climáticas como pelos preços pagos pelos produtos pecuários, como o quilo do boi e outras categorias, os estudos feitos sobre as relações de trocas insumo - produto, por exemplo, ao comparar a relação dos custos dos fertilizantes, com a ureia que é o que mais impacta e puxa as pastagens para cima e melhora a condição das pastagens a curto prazo, a relação está mais favorável este ano do que nos anos em que o gado valia mais, quando o boi chegou a R$ 11,00 e R$ 12,00 o quilo, e o terneiro a R$ 14,00 e R$ 15,00 o quilo. Naquele momento, os fertilizantes custavam entre R$ 5 mil a R$ 7 mil a tonelada e a relação era bem pior do que hoje, quando os fertilizantes custam de R$ 2 mil a R$ 3 mil a tonelada, enquanto o boi hoje está custando de R$ 8,00 a R$ 9,00 o quilo. “Então, hoje ainda está valendo mais a pena fazer a adubação nitrogenada, que seria aquele insumo que encurta o prazo e consegue trazer para cima uma pastagem que aparentemente está sofrendo com essa condição climática desfavorável”, orienta.


Por fim, Davi Teixeira destaca que a SIA tem bastante expertise neste tema de pastagens, tanto do ponto de vista técnico como operacional e econômico, tanto pastagens de inverno como pastagens de verão anuais ou perenes, campo nativo, campo nativo melhorado, pastagens em áreas de integração lavoura pecuária. “Todos estes cenários estamos sempre colocando na planilha e também na prática. Então, qualquer informação a mais os produtores podem nos procurar que estaremos sempre à disposição para orientá-los”, conclui.

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